Os dias estão passando super rápidos, e já fazem 13 dias que estamos aproveitando esse pedacinho de paraíso.
Nosso passeio até cachoeira foi ótimo. Deixamos o barco e percorremos meia milha de bote até a cachoeira, diferente de quando fomos com o j24 e ancoramos lá dentro, o calado do Nimbus não permite mais fazermos isso. Subimos até o restaurante do Nilton e Ada, que sempre nos recebem super bem.
Batemos papo e comemos de entrada um palmito na manteiga com manjericão, muito bom! O mais pedido no local é a moqueca de pitú, fizemos o nosso pedido e fomos tomar banho de cachoeira. Lá em cima avistamos chegar de canoa, um dos meninos que conhecemos da primeira vez que estivemos lá. Era Dedê um pouco mais crescido e com a mesma vergonha de sempre. Conversamos um pouco e chamamos ele para almoçar conosco. O pitú não estava tão grande, mas estava muito gostoso. E para fechar, Nilton nos deu para provar o licor de cacau com pimenta e cacau com canela, feito por eles. Uma delícia!
Eles também fazem conserva de palmito e pimentas. Uma parte da energia deles é da força da água da cachoeira que passa por uma turbina, muito bacana!
Voltamos para o barco e esperamos a maré subir um pouco, depois rumamos para pernoitar em Maraú.
No dia seguinte voltamos para nosso lugar preferido, Ilha do Sapinho e Goió. No meio do caminho demos uma parada na Ilha de Tatus, almoçamos por lá e no final da tarde chegamos ao canal estreito que separa as duas Ilhas.
No domingo, 10 tinhamos combinado com Sr. João de dar um passeio na Barra de Serinhaem. O lugar é bem agradável, não dá para entrar de veleiro, pois o bancos de areia na entrada do rio, mudam muito de lugar. Na volta passamos na Ilha da Pedra Furada. Sr João nos disse que agora estão cobrando para entrar na Ilha, acho isso um absurdo.
Seguimos para Taipus de Dentro para almoçar. O restaurante de Elenildo, uma construção amarela na beira da praia, bem organizado. Pedimos uma moqueca de camarão, e nos surpreendemos com o preço e a quantidade, muito camarão a R$ 45,00.
Retornamos e como de costume fomos a fonte do Goió tomar banho.
A manhã do dia seguinte foi reservada para lavar roupa.
Outro veleiro chegara ao canal, era o Andante com o casal Fernando e Paula que conhecemos mais tarde no bar de Jau (filho de Sr. João). Conversamos um pouco, trocamos experiências e assim começou mais um laço de amizade que o mar trouxe.
No final da tarde outro veleiro chegou, um Bavaria 41, o Gaúcho.
Ontem, dia 12 a manhã foi de pescaria com Sr. João. Fomos na rama, que são pedaços de madeira que eles colocam no fundo para que apareçam ostras e assim os peixes também. Nossa pescaria terminou depois das 10:00h, com um balde cheio de Cambubas, Guaraiuba e Cioba. Fomos a casa de sr. João, fui aprender a tratar peixe com dona Jô, mulher dele. Enquanto ela já tinha limpado quatro dos cinco peixes que separamos para nós, eu ainda estava no primeiro.
Voltamos para o barco e fiz um moqueca com pirão.
A noite nos juntamos no Andante com o pessoal do Gaúcho, para um churrasco. Noite super agradável, com pessoas 10!
Hoje o Andante entrou até Maraú e resolvemos vir com ele. Estamos parados em frente a cidadezinha. Almoçamos e a tarde foi de leitura.
Finalzinho da tarde desembarcamos para fazer umas compras.
Quando viemos aqui nos outros anos, havia um pier flutuante, onde desembarcávamos, com segurança, podíamos encostar com o barco para abastecer de água. Ano passado o pier estava com uma parte afundando. Esse ano já não existe pier, só a ponte de concreto, e do lado uma escada cheia de limo. Uma placa grande próximo a ponte leva um daqueles dizeres: “GOVERNO TRABALHANDO NA RECUPERAÇÃO DA PONTE DE MARAÚ”. Os que vivem aqui disseram que já tem quase um ano que a placa fora colocada lá, mas ninguém fez nada até agora. O descaso com a população é igual ou pior do que nas grandes cidades. Resumo da história, voltamos das compras, Tico no caique e eu desamarrando o cabo que estava na ponte, a maré baixa deixava três escada cheias de limo a amostra. Fui descendo com cuidado, nem coloquei o peso do corpo, mas a queda foi inevitável, escorreguei, tentei sentar, mas estava próximo a borda da escada e não deu, acabei caindo de frente e bati o lado direito do rosto em dois troncos que estavam dentro d’água. Tiago dentro do bote assistia sem poder ajudar. Consegui levantar e logo ele veio me pegar. Subi meio zonza e preocupada com a pancada na cabeça. Muita dor, foi impossível conter as lágrimas. Arranhões e hematomas na perna, na coxa, no cotovelo. A moça da barraquinha ao lado conseguiu gelo para colocar no rosto. Logo juntou algumas pessoas, e um rapaz solidário, disse que ia chamar um outro para me levar ao posto médico. Chegamos no posto…fechado. Só os vigias estavam lá. Ficamos esperando mais ou menos 30 minutos até que o mesmo rapaz que nos levou, conseguiu buscar um enfermeiro.
Me olhou pediu que abrisse a boca e deslocasse o maxilar. Nada de fraturas, apenas dor e arranhões da pancada. Ele limpou os ferimentos e me deu uma bolsa de soro para limpar sempre após ao banho. Saímos de lá muito agradecidos. Enquanto voltávamos o rapaz, ia conversando dizendo que se tiver um paciente grave, eles levam para Ilhéus, pois não tem estrutura para atendimento aqui. O posto fica fechado alguns horários, acho que nas trocas de funcionários. Se acontece um acidente grave por aqui, ou sei lá uma pessoa com para cardíaca bem nesse horário de troca de funcionários, é capaz da pessoa não aguentar esperar. Ô governo dá uma olhada com carinho para esses locais!!!
Na volta encontramos Paula e Fernando no bar onde deixamos as compras, a essa altura eles já sabiam o que havia acontecido e onde estávamos. Ficaram lá para nos esperar. Até a Paula escorregou na escada, mas graças a Deus não se machucou. Conversamos um pouco e voltamos para o barco, fizemos um pit stop no Andante para pegar um brigadeiro que Paula tinha separado para nós. Muito bom, adoçou a noite depois do susto!
Vendo as fotos que vou colocar aqui, deu uma vontade de ir a cachoeira novamente…amanhã é quase certo de voltarmos lá.
Boa noite a todos!
Até mais.