Nosso primeiro cruzeiro

Nossa primeira investida significativa no mar azul a bordo do antigo Nimbus (J24)

Dia 1. 27/12/2010
17:50 finalmente depois meses de planejamento soltamos as amarras da Marina Aratu. Hoje entendo Amyr Klink quando diz que partir é um alívio, a conclusão de planos, pois qualquer viagem num barco começa muito antes da partida, em terra.
Próxima parada, Campinho, baía de Camamu. A âncora do Nimbus tocou o fundo da terceira maior baía do Brasil, exatamente às oito horas da manhã do dia 28/12/2010. 14 horas e dez minutos para cumprir 75 milhas náuticas, 60 delas em águas desabrigadas.

Dandan terminando seu turno 3 da manhã. Través de Boipeba

Velejada muito tranquila, vento leve, quadrante leste entre dez e doze nós, velejamos em traves folgado e o Nimbus deixava sua esteira iluminada a uma velocidade sempre entre cinco e seis nós descendo a ladeira das vagas sob o comando do piloto automático durante toda a viagem. A noite, timonear em mar aberto sem referência de terra é muito cansativo, portanto o piloto é fundamental, além de variar a proa muito menos que o humano.
Por volta das três da manhã o vento caiu e motoramos por três horas quando logo após o nascer do sol entrou um terral de noroeste e nos levou até o ancoradouro no pano.

Baixando as velas. Calmaria com ondas faziam elas baterem fortemente

Eu e Dandan nos revezávamos em turnos de duas horas. Um sempre em vigília enquanto o outro dormia na cabine. Para o turno cinto de segurança, lanterna e apito eram obrigatórios. Nenhuma manobra fora do cockpit poderia ser executada com o outro dormindo, combinamos assim. Uma queda na água a quinze milhas da costa, a noite, com vento e ondas certamente é um acidente fatal pela dificuldade de um resgate.
A meteorologia foi impecável. Nenhuma gota de chuva, nem ventos fortes ou rajadas, e de bônus, logo após a meia noite ganhamos uma meia lua que veio iluminar quando as luzes de Salvador sumiram afastadas quarenta milhas na popa.
Eu, Dandan e o Nimbus nos comportamos muito bem velejando fora das águas abrigadas da Baía de Todos os Santos.
Tenho internet da claro no notebook mas não consigo conectar aqui. Estou usando o celular para escrever que é da operadora vivo. Por esse motivo vou ficar devendo as fotos. Sempre que conseguir conexão internet vou mantendo vocês, nossos amigos, atualizados.
Agora em Campinho, na baía de Camamu, nossas tarefas são explorar o lugar e a preguiça, e pelos próximos quinze dias seremos dono do nosso tempo.
Um abraço

Tiago Menezes

Dia 2. 28/12/2010
Chegamos em Campinho, colocamos o bote na água, armamos o toldo sobre a retranca, demos uma arrumada boa no Nimbus, pois ele merecia e fomos descansar.
Acordamos com um balanço chato. O Nimbus estava alinhado com a forte maré de vazante e de lado para as marolas, que trazidas por um vento leste nordeste fazia o barco oscilar lateralmente.
A fome apertou por volta das treze horas, mas antes de preparar o almoço resolvemos ir em busca de um fundeio mais abrigado. Levantei âncora e assim que o barco ficou solto adricei a genoa três, uma buja. Velejamos três milhas em vento largo somente com esta vela e sobre a sombra do toldo que formava uma bela varanda de fazer inveja a qualquer casa de praia.

Velejando de Campinho a Sapinho, só de buja...

Sem fazer barulho ancoramos em um estreito e fundo canal entre as ilhas de Sapinho e Goió. Aqui ficaríamos por quatro dias.
Já fizemos amizade, gente bastante hospitaleira. Lugar onde as casas não tem muro, ninguém ouvira falar em alarmes ou cerca elétrica e todos são primos, padrinhos, afilhados, tios ou irmãos.
Acabamos comendo uma moqueca de siri no fim da tarde em terra.

Agora o Nimbus descansando, 80 milhas velejadas até aqui

Voltamos para o barco e dormimos a noite numa “piscina” que balançava menos que se estivéssemos com o barco sobre uma carreta no seco.

Tiago Menezes

Dia 3. 29/12/2010

Acordamos tarde, recuperamos a noite passada, perdida, que passamos velejando e revezando os turnos. Fazia um frio gostoso com o ventinho norte matinal que entrava pela gaiuta sobre nós, na cama de proa onde dormíamos.
Café da manhã reforçado preparado por Dandan que não vive sem um pão torrado com Nescau.
Coloquei o motor no bote, que a preguiça não deixou eu fazer no dia anterior, e saímos para explorar o lugar. Demos a volta na ilha do Goió, tomamos banho em águas quentes e cristalinas e donos convidados para uma festa de reveillon que acontecerá na ilha.


É impressionante como o tempo passa voando por aqui, pelo menos para nós que logo teremos que voltar para nossas vidas “normais”.
As pessoas daqui parecem muito felizes. Tem tudo que precisam, passam bastante tempo com suas famílias e não vivem na nossa correria da cidade buscando acumular dinheiro. O modo de vida deles parece conservar mais que formol e geladeira. Pessoas com cinquenta anos com aparência, força e energia de quarenta, não sabem o que é colesterol e nem conhecem dieta, no entanto estão sempre em forma.

Happy hour antes da pizza

Fim de tarde tomamos banho no cockpit do barco e fomos para a varanda da proa tomar um vinho e “ouvir o silêncio”.
A noite pizza na única pizzaria local, ilha do Sapinho. Levei o notebook para tentar conectar a internet mas a operadora claro aqui está mais escura que noite de lua nova.
Voltamos para o barco que flutuava numa água mais calma que aquário. Às dez da noite dormimos.
Vou ficar devendo as fotos enquanto não conseguir conectar internet no computador. Enquanto isso vou escrevendo no Nokia.

Tiago Menezes

Dia 4. 30/12/2010

O dia começou com um acontecimento importante. Depois de alguns dias de treino Dandan está solo no bote inflável. Já aprendeu a dar partida e comandar. Foi buscar gelo sozinha em terra para abastecer nossa geladeira. Esse foi seu cheque prático.

Estávamos cumprindo a tarefa de tomar vento sob a sombra do toldo quando encostou uma canoa, seu João, um morador local, veio nos visitar e trazer de presente uma porção de camarão pescado na hora que almoçamos mais tarde. Convidamos-o para subir a bordo e tomar um gole de coca cola gelada. Conversou bastante e foi embora.

Alho e óleo preparado por Dandan!

Fomos passear de bote e ao passar por um veleiro, o Thlassa 2, fomos convidados por uma tripulação muito simpática a conhecer o seu barco. O Marcelo e sua esposa e um tripulante mirim, o Nícolas que vivem no Thalassa 2 há seis meses viajando pela costa do Brasil. Um barco fantástico, Cabo Horn 35, muito bem cuidado e equipado, diferente dos barcos feitos em série que são todos mais ou menos parecidos.

20 minutos de motor no caíque e chagamos a Taipú de dentro, povoado agradável, tomamos um picolé de maça verde e voltamos para o Nimbus, tomando banho com os borrifos das ondas, maré de enchente.

Mais visitas, Genilson morador da ilha do Sapinho

Descobrimos uma fonte excelente de água doce após explorar uma trilha na ilha do Goió, fomos munidos de shampoo e sabonete e lá, já no fim da tarde, tomamos um banho respeitável e voltamos para casa.

A noite terminou com visitas. Fomos convidados por um casal de franceses Stefano e Blandini a coer uma sobremesa feita com manga colhida no pé mais cedo, excelente, lá também estava a tripulação do Thalassa 2, happy hour agradável.

Madrugada de chuva e algumas goteiras foram descobertas da pior maneira…. dormindo…

Tiago Menezes

Dia 5 31/12/2010

Último dia do ano. Fomos visitar o nosso vizinho, o veleiro Pajé, do comandante Roberto Nadier. Delta 36 super equipado. Lá fomos extremamente bem recebidos e por lá ficamos jogando conversa fora um bom tempo. Histórias sobre viagens, equipamentos, waypoints e coisas do gênero.

Agora pode vir a chuva!

O almoço foi em terra, na pizzaria que durante o dia serve de tudo, inclusive uma moqueca de camarão com banana deliciosa que comemos. Sobrou e trouxemos para o Nimbus para atacar numa hora oportuna.
Depois de cinco dias ancorado levamos o Nimbus para dar um passeio, a última velejada do ano. Não levantamos a âncora, amarramos o cabo da mesma com um bom nó lais de guia no inflável que virou poita e ficou nos aguardando voltar.
Saímos e voltamos o canal estreito onde estávamos, entre a ilha de Goió e Sapinho velejando com todo pano sem usar o motor, executando cambadas e jibes acrobáticos que acredito ter tirado um pouco o conforto dos barcos ancorados na área.
Velejamos pouco mais de duas horas, onze milhas no odometro, baía fantástica, vento limpo e águas calmas. Voltamos para nos preparar para o reveillon.
Nimbus novamente apoitado, preso a âncora guardada pelo caíque. Não consigo resistir e mergulho na água cristalina, banho igual a esse só no ano que vem.
Sem demora e ainda com um restinho de sol fomos tomar banho na fonte. Voltamos ao barco, champagne no gelo e algumas horas de sono. Para não passar a virada dormindo colocamos o despertador para vinte três horas.
Reveillon na ilha do Goió. Ficamos supresos com a produção e organização do local. Festa com DJ animando, luz estrob, fumaça artificial e tudo mais. Fez inveja a muita casa de show e com a vantagem de que pisávamos descalços numa fina areia branca as margens de uma piscina natural.

Feliz 2011!!

Fim de festa sempre pede um bom lanche. Dandan fez um macarrão gostoso a bordo e de barriguinha cheias, às três da manhã, fomos dormir.
Diário longo hoje, acho que foi o fim do ano, me empolguei.

Tiago Menezes

Dia 6 01/01/2011

Ano novo! 2011! E quem diria… Aqui pertinho no século passado as pessoas diziam que no ano 2000 os carros iam voar e o mundo podia se acabar. Carro ainda não vi passar nenhum voando pela cidade e o mundo pelo visto não acabou pois continuo aqui digitando texto nesse tecladinho minúsculo do nokia n95.
Levantamos âncora já sendo impulsionados pelas velas e em mais uma sequência de cambadas e jibes, driblando a forte maré de enchente, fomos nos despedir dos nossos vizinhos de fundeio e seguimos rumo a Maraú.

Primeira velejada do ano, proa de Maraú

A baía de Camamu vai se estreitando e se transforma no rio Maraú, que assim como a cidade recebe esse nome pela tribo de índios que aqui morava quando na chegada dos colonizadores, que para variar os exterminaram. Me fez lembrar o rio Paraguaçú, entrando com vento de popa desenvolvendo seis nós em relação a água e sete de ground speed, 1 nó de maré a favor.
Fiquei imaginando uma regata entrando aqui, como acontece na Aratu-Maragogipe. Fiquei cheio de vontade de adriçar o balão e ver o Nimbus se deleitar abrindo água com a proa, mas como é a primeira vez que passo por essas águas me contive e dobrei a atenção nos waypoints e na rota a ser seguida. O rio possui alguns obstáculos.
É impressionante como a cultura de vela no nosso país é tão pouco desenvolvida, principalmente aqui na Bahia onde vemos duas das maiores baías do Brasil. Quinze milhas rio a dentro e as únicas velas que vimos foram as nossas. Durante os dias anteriores cruzamos com mais veleiros franceses do que brasileiros por aqui. Fiquei impressionado quando fui apresentado a um guia náutico francês, no veleiro Thalassa 2, que possui muito mais detalhes, fotos e informações do que qualquer guia brasileiro. Por isso vemos veleiros estrangeiros chegarem a locais onde poucos barcos daqui frequentam.

Chegando a Maraú

O rio Maraú possui diversas ilhas no trecho onde velejamos, difere do Paraguaçú por ter a orografia das suas margens mais baixa, criando assim menos áreas de sotavento e proporcionando uma velejada excelente.
Mais uma curva e a primeira imagem que avistamos foi a rosa igrejinha principal da cidade de Maraú. Chegamos.
Por pouco o motor do Nimbus teria entrado no sexto dia sem trabalhar, mas minha fiel escudeira estava cansada e fiz a manobra sozinho. Acoplei o piloto automático, dei partida no Mercury 5hp rabeta longa que dei ao barco de Natal, baixei as velas e fui em busca de um bom lugar de fundeio, o que não é difícil achar por aqui.

Segurando o Nimbus para não fugir com a correnteza

Como não podia ser diferente, ancoro ao lado de um veleiro francês cor amarelo correio, se o sedex tivesse barco seria dessa cor. Me sinto até envergonhado, esses caras vem do outro lado do oceano com esses “barquinhos” enferrujados numa boa, e eu achando emocionante ver velejado cem milhas para chegar aqui.
Fomos em terra. Cidade muito agradável, povo hospitaleiro. O dono da sorveteria chegou a nos oferecer sua casa para que tomássemos banho. Agradeci mas não aceitei, tem aqui um pier flutuante com água encanada a vontade, facilitando o abastecimento do tanque do barco.
Nimbus posou para uma sessão de fotos dividindo a cena com o pôr do sol. Barquinho ousado esse, cada dia gosto mais dele…

Tiago Menezes

Dia 7 02/01/11

Acordamos cedo e com o bote inflável fomos a cidade. Amarramos o caíque no pier e saímos caminhando a procura de gelo e alguns mantimentos.
De volta ao barco comecei a observar a maré, estava no fim da vazante, eram 09:30. Como a corrente no sim é bastante forte o barco sempre alinha com a maré. Assim que os barcos rodaram 180 graus indicando maré de enchente olhei o relógio e esperamos mais duas horas. Ao meio dia levantamos âncora e seguimos rio acima.
Próxima parada cachoeira do Tremembé cinco milhas a frente. O rio Maraú neste trecho continua se estreitando, agora seguimos a motor. Alguns obstáculos como a pedra da Baleia, enorme no meio do rio, a pedra mole mais adiante que mesmo com esse nome passamos bem longe.

Prestando atenção na navegação, proa de Tremembé

Ao sair de Maraú, entrei em liguei para o Nilton, contato que fizemos quinze dias antes numa investigação que fizemos de carro aqui por essas bandas. Pedi ao mesmo que me conseguisse alguém da região para nos orientar até a cachoeira, pois o guia que possuo com coordenadas que nos trouxe até aqui indicava que devíamos âncoras uma milha antes da cachoeira e seguir de bote um riozinho estreito e sinuoso.
Quando viemos por terra conhecer o lugar, fiz questão de nadar no poço da cachoeira com a maré bem vazia para checar os lugares mais rasos e as pedras e já planejei onde colocaria o Nimbus.
Mais uma curva com o barco e avistamos uma canoa vermelha, “Valeu a pena” seu nome. Chiuí seu apelido, um senhor cujo nome próprio acho que nem ele sabe, nos acenava. Ele seria o nosso prático pois agora entrariamos por um bracinho de rio, numa manobra ousada para um veleiro de um metro e quarenta de calado, no meio do mangue e passando sobre áreas que ficam descobertas na maré baixa, por isso programamos para chegar aqui com pelo menos quatro horas de enchente.

Bem devagar seguindo os comandos do prático Chiuí

Trecho tão raro quanto bonito. O Nimbus ficou enorme naquele riozinho onde não seria possível fazer um 180 de estreito que é, e nosso guia, Chiuí, indicando calmamente o caminho a seguir.
A quilha do Nimbus vai abrindo caminho na macia lama do fundo, no indicador de profundidade 1,1M, quando marcou 0,8M o barco se recusou a avançar, estávamos encalhados. Mas como diz um velho ditado: “na maré de enchente ninguém encalha, encosta”. Sem problemas, marcha se e o mercury roncando faz o Nimbus se soltar. Tentamos novamente, quase raspando o mangue e dessa vez deu certo.

Chegamos, cachoeira do Tremembé. Motivo de nossa viagem

Começamos a escutar o barulho da cachoeira. Dandan vai para o bote e segue na frente para uma sessão de fotos. Chegamos, cachoeira do Tremembé!
Ancoramos com 1,8M de profundidade, nessa posição ficaríamos deitados no seco quando a maré secasse. Dar um mergulho e ir embora ou puxar o barco para lá e para cá até encontrar um buraco com maior profundidade que eu já sabia mais ou menos onde ficava. Escolhemos a segunda opção e mais ousada. Assim que a maré baixasse ficaríamos preso no poço pois a entrada fica com um palmo de água no lugar mais fundo e a essa altura o nosso mestre Chiuí já tinha ido embora.
Nimbus e bote inflável com motores funcionando, dez hp no total, e usando o bote como rebocador para manobras mais apertadas baianos um lugarzinho com 3M. Fiz as contas e projetei uma profundidade de 1,4M quando a maré secasse.
Uma âncora na proa e outra na popa para impedir que o barco saísse da posição terminamos a manobra.
Antes de irmos dormir com a maré no seu menor nível chequei a profundidad, 1,3M. Forte emoções por hoje. Fomos dormir.

Tiago Menezes

Dia 8 03/01/11

Durante toda a madrugada o barulho da cachoeira a nossa popa era intenso, estávamos a menos de cinquenta metros.

Acordamos por volta das oito horas, de bote fomos ao povoado de Tremembé em busca de uma padaria, e o Nimbus ficou aguardando a maré encher para poder sair de onde estava. Voltamos com os pães e um bonito cacho de bananas.

A bordo tomamos nosso café da manhã e eu passei a observar o nível da maré e planejar a saída, pois agora sairíamos por conta própria sem ajuda do mestre Chiuí. Mas nós tínhamos uma carta na manga, no dia anterior durante nossa entrada Dandan foi marcando ponto a ponto as passagens no GPS, era só criar a rota e sairíamos sem problemas.

14 horas fui com o bote recolher a âncora de popa através de um cabo de arinque que prendi a uma garrafa pet e ficou flutuando marcando a posição da âncora. Manobra simples, sem vento e com a popa solta o Nimbus permaneceu imóvel. Voltei a bordo e junto com Dandan recolhi a âncora de proa e saímos com o motor em marcha lenta buscando caminho de volta, foi fácil.

Já em águas mais profundas e rio largo parei o barco e adriçamos o bote para que ficasse junto ao Nimbus na altura do convés. Iríamos enfrentar quase dois nós de maré de enchente contra, e arrastando o inflável seria um desperdício de gasolina a toa.

Inflável adriçado pegando carona

Motoramos a até Maraú, tinha vento mas com corrente forte e vento contra optamos por motorar. Pouco menos de duas horas para cumprir o trecho de retorno a Maraú, tempo suficiente para Dandan preparar o almoço: feijoada pronta, arroz a grega, farofa e banana. O cardápio foi excelente.

Feijoada com banana!

Fundeamos em Maraú para prosseguir de volta a ilha do Sapinho pela manhã com a maré de vazante. Lá encontramos dois barcos conhecidos. Noite tranquila.

Tiago Menezes

Dia 9 04/01/11

Seis e trinta da manhã, tempo bom e maré começando a vazar. Levanto e a primeira coisa que faço é dar partida no motor e levantar a âncora.

Piloto automático acoplado e começamos os hábitos diários, escovar dentes, lavar o rosto, desodorante, protetor solar… Dandan acorda com o barulho e sob a sombra do toldo nos prepara o desejum. Pão torrado com manteiga, banana e nescau.

Vamos descendo o rio junto com a vazante, trecho sinuoso muito bonito. 15 milhas motorando rio abaixo, percurso feito em 2:40. Chegamos novamente ao estreito canal entre a ilha do Goió e Sapinho, a âncora toca ao fundo e aqui de volta já nos sentimos em casa.

Mais um dia se foi entre as ilhas de Sapinho e Goió

Descemos o bote na água e fomos cumprimentar nossos amigos, todos sempre sorridentes na ilha do Sapinho.

Tentando pescar. Fim de tarde em Sapinho

Abastecemos de gelo e fomos relembrar o sabor da boa moqueca de siri que aqui comemos no primeiro dia em que chegamos.

Nadamos um pouco mas o tempo mudou e começou a chover, como já era fim de tarde tomamos banho no barco mesmo, mas antes que o sol se fosse as nuvens deram uma trégua e deixaram o astro rei mostrar sua beleza com os últimos raios de sol do dia.

A noite pastel na pizzaria e fomos dormir. Como é bom estar de volta no Sapinho!

Tiago Menezes

Dia 10 05/01/11

Acordamos muito cedo 4:50 da manhã, tomamos um nescau correndo e fomos de bote para terra. Carregamos o inflável e o deixamos amarrado a uma cerca embaixo de uma árvore, pois iríamos demorar de voltar.

Às 5:40 pontualmente pegamos o transporte, um bom saveiro a diesel, com destino a cidade de Camamu. É complicado chegar de veleiro até lá pois o rio é raso, principalmente na baixamar de sizígia como é o caso de hoje. Isso sem falar nas pedras que a centenas de anos os moradores locais colocaram no leito do rio para que os colonizadores não conseguissem entrar com seus barcos para atacar a aldeia.

Terminal de passageiros da cidade de Camamu

01:30h de vibração do monocilíndrico yanmar diesel e chegamos a Camamu. Bastante barcos no porto, a cidade funciona como um centro de abastecimento na região e todos, inclusive nós, vão lá fazer compras.

Compras feitas e um bom lanche na padaria, bom e barato por sinal, fomos em uma lan house buscar informações sobre a meteorologia para velejar no dia seguinte a Morro de São Paulo 40 milhas em mar aberto costa acima. A previsão é excelente, ventos entre leste e sudeste com média de 12 nós, e como nosso rumo até lá é nordeste devemos pegar um través ou orça folgada.

Cidade de Camamu

11:30, hora de saída do nosso transporte, arrumo as compras e a gasolina que compramos e enfrentamos mais uma hora e meia de puro pop pop a diesel. É até divertido para nós que não estamos acostumados, mas para o povo da região é um simples transporte coletivo.

Voltamos ao barco e fomos dar uma caminhada na praia, maré vazia, areia branquinha, uma delícia. De volta ao Nimbus me sento no cockpit, e algum tempo depois começo a sentir um cheiro de moqueca saindo da cabine. Oba! Siri! Dandan deu uma incrementada na moqueca que sobrou de ontem e serviu nosso almoço, uma delícia.

Pegando água na fonte

Fim de tarde, banho de mar, banho na fonte, e começamos a nos despedir do lugar. A noite foi a vez de dizer tchau aos amigos: Seu João, Genilson, Jau, Jeferson, “O Gordo”, e depois na pizzaria seu Antônio. Mais tarde voltamos para casa.

Deixamos tudo pronto para a saída bem cedinho no dia seguinte. Tiramos o motor do bote, o colocamos inflável no convés e fomos dormir.

Tiago Menezes

Dia 11 06/01/11

Com o nascer do sol acordamos, hora de deixar um dos melhores fundeios que já conheci: seguro, com água e comida boas, e amigos.

Assim que o barco rodou sobre a âncora indicando o início da maré de vazante partimos. Subo a âncora, Dandan no leme, e seguimos motorando rumo a barra da baía de Camamu.

Piloto automático acoplado e começcamos a preparar o Nimbus para o mar aberto. Linhas de vida, cinto de segurança, conferir a amarração do bote no convés, armários fechados e guardado tudo que pudesse cair. São muitos detalhes não podemos deixar passar nada, o mar não tolera preguiça nem desleixo.

Passando as linhas de vida. Duas, bombordo e boreste

Subimos a mestra e já deixamos a buja pronta para ser adriçada assim que o vento chegasse.

Dandan foi preparar o café da manhã enquanto eu armava a vara e isca artificial. Pão torrado com manteiga, tangerinas doces, nescau para ela e iogurte para mim. Estômago forrado.

A saída da barra da baía de Camamu é delicada, zero vento e vagas altas, porém espaçadas, Nimbus sobe e desce a 6 nós.

Umas dez milhas fora de Camamu soprou um sudeste fraco e adricei a buja. Velas em cima só para ajudar o motor e dar mais estabilidade ao barco, vento ainda insuficiente para vencer mais de um nó de corrente contra que desce a costa.

O Atum aparece do fundo da água azul

Por volta das nove da manhã, pouco antes do través de Boipeba, descobri que estávamos com problema de energia. Desci e fui em busca do multímetro para checar a bateria e a carga gerada pela placa solar. E como não podia ser em outra hora, estou eu sentado no chão da cabine, entre ferramentas, quando escuto o som da carretilha da vara de pescar gritando com a linha sendo puxada fortemente. Largo tudo, subo correndo e desacelero o motor. Dandan no leme, e começo a brigar, peixe pesado! Parecia ter prendido no fundo a isca, era a sensação que eu tinha. Depois de cinco minutos puxa eu puxa o peixe, lá no fundo de uma linda água azul, cheia de raios solares penetrantes, avistamos o brilho do peixe, um atum lindo que não vou dizer o tamanho para não parecer conversa de pescador.

Peixe embarcado!

O problema de energia parece ter sido mau contato, tudo voltou a funcionar. Arrumo as ferramentas no lugar e saio para tratar o peixe.

Abro a barriga do atum e começo a tirar as víceras enquanto Dandan joga água para ir limpando o cockpit que estava uma poça de sangue. Mas com o balanço das vagas do mar e aquele monte de sangue de peixe, eu comecei a enjoar. Parei, me limpei, entreguei o comando do barco a Dandan e fui me deitar. Meia horinha depois já recuperado voltei.

Haja motor, tinha a bordo mais de 40 litros de gasolina e como o motor consome uma média de um litro por hora, não estava preocupado, só o desconforto do calor incomodava um pouco.

Través Garapuá, avistamos uma plataforma e dessa vez foi a vez de Dandan enjoar. Chegou a vomitar, mas esse fato não afetou o seu humor que sorria enquanto me pedia um chiclete para tirar o gosto amargo da boca.

Chegando em Morro de São Paulo

13:30h entramos em Morro de São Paulo e de repente o vento aumenta. Desliguei o motor e chegamos velejando em grande estilo a praia do Curral.

Após ancorar e arrumar o barco fomos de bote a praia, e terminei o serviço do peixe. Voltamos para o Nimbus e depois de 20 min, Dandan sai da cabine com uma excelente moqueca de atum com direito a pirão e tudo.Hora do rango!

No por do sol retornamos para a Gamboa do morro onde encontramos um veleiro conhecido, o Babalaô, um Delta 36 do Otávio. Ancoramos ao lado, tomamos banho e cedo fomos dormir.

Tiago Menezes

Dia 12 07/01/2011

Dormida tranquila, a Gamboa do Morro que costuma balançar um pouco o barco a noite, dessa vez estava uma pisicina.

A primeira tarefa do dia foi ir em busca do gelo. Fomos remando com o bote. Como iríamos passar pouco tempo aqui, resolvi não colocar o motor pelo trabalho que dá.

Inicialmente pensamos que habitar um veleiro fosse simples, nada para fazer, só contemplar o ócio, mas não é bem assim. Temos muitas tarefas que precisam ser cumpridas com uma certa frequência. Abastecimento de gelo, pois não temos geladeira, abastecimento de água, gasolina, comida, fazer faxina e etc.

Então depois do gelo fomos dar uma caminhada até o Morro de São Paulo, pois a maré estava baixa e permitia o acesso pela praia. Meia hora de caminhada por uma faixa de areia de praias lindas. Mas quando chegamos na entrada da vila, mais precisamente no cais onde se chegam os barcos de transporte, me decepcionei. Fomos barrados! Nós, assim como todos que ali chegam, só podem ter acesso pagando um “ingresso” no valor de dez reais por pessoa. Eles chamam de taxa de turismo, ou seja, nem os turistas desceram ou viram a vila e já são extorquidos, e o mesmo queriam fazer conosco. Fiquei indignado não pelo valor, mas pelo fato de terem impedido nosso acesso as praias a menos que pagássemos, praias que ao meu ver não tem dono, portanto deveriam ter entrada livre. Não pagamos, voltamos caminhando pela praia quando descobrimos uma trilha que nos levou direto ao centro da vila, sem ter que pagar os benditos dez reais, no nosso caso total de vinte.

Veleiro O Vagabundo. Já deu uma volta ao mundo sob o comando do velejador Hélio Setti Júnior

Demos umas voltas por lá, mas para mim o encanto e a graça do lugar já tinha se desfeito pela forma como fomos recepcionados. É bem verdade que o lugar não é feito para nós e sim para os estrangeiros que só estão acostumados a andar agasalhados e não sabem o que são praias de águas quentes.

Gastamos uma hora por lá e voltamos de transporte. Um saveirão modificado para transporte de pessoas. Em dez minutos nos deixou no cais da Gamboa, bem perto de onde tínhamos deixado nosso bote. Por ali mesmo almoçamos. Fim de tarde fomos novamente em terra, durante a remada fomos surpreendidos por dois golfinhos que surgiram ao nosso lado bem na área de fundeio, acreditem! Logo foram embora nadando calmamente.

Fico imaginando como deveria ser bom antes da chegada do "progresso"

Caminhamos pela vila, lanchamos, fomos a lan house e voltamos ao Nimbus para dormir.

Tiago Menezes

Dia 13 08/01/2011

Tocou o despertador do celular, cinco da manhã, a noite marolas no fundeio e o Nimbus balançou um bocado.

Levantamos e já fomos rapidinho arrumando o barco para mais uma velejada em mar aberto. Saímos às cinco e meia, em três barcos, Nimbus, Pajé e Thibeta. Todos com destino a Salvador. Mal passamos o través do farol do Morro de São Paulo e já soprava um ventinho que foi capaz de empurrar o barco a cinco nós. O vento vinha do Leste, contravento agradável. Tivemos que, depois de três horas de velejada, dar um bordo rumo a África do Sul, pois com o vento Leste não conseguíamos manter o rumo do nosso destino e derivávamos para perto de terra.

Pirajás, nuvens com muito vento e chuva forte

Chuva no horizonte, nuvens carregadas, não por coincidência que se chamam cumulus Nimbus, aproximando-se rápido de sudeste. Pela velocidade que se aproximavam já esperávamos que elas trouxessem ventos fortes e nós nos antecipamos reduzindo a vela mestra ao seu primeiro rizo. E a chuva chegou, reduziu significativamente a visibilidade com chuva e muito vento. Reduzimos mais uma vez a vela, segundo rizo, assim a mestra fica com apenas metade de sua área exposta ao vento. Nessa configuração o Nimbus subia e descia as maiores vagas de mar que já vi até hoje. O veleiro Pajé, que estava próximo a nós, nos chamou no rádio e informou que o seu anemômetro indicava trinta nós de vento. Sequência dessas nuvens carregadas de vento e chuva vieram e passaram por nós, nos ajudando a chegar mais rápido ao nosso objetivo naquele momento, farol da Barra.

Às treze horas nós deixamos pelo nosso través de boreste o farol da Barra e entramos nas águas abrigadas da Baía de Todos os Santos novamente. Próxima parada ilha dos Frades, Loreto. E em Loreto baixamos âncora às 15:50. Dez horas e vinte minutos para percorrer cinquenta milhas.

Través de Madre de Deus, surfando ondas com picos de dez nós de velocidade!

Encontramos barcos amigos que foram testemunhas da nossa chegada e realização da nossa viagem. Lá no fundeio de Loreto estavam entre outros tantos o Quiabo, Dueto, Arisco, Pium e até o veleiro que mais velejei antes do Nimbus estava lá nos aguardando. Um Delta 26 que imediatamente, de longe, reconheci ao contornar a igreja do Loreto e avistar os barcos ali ancorados. Siroco é o seu nome hoje, mas durante muito tempo velejou carregando o nome Juliet, muitas histórias de velejadas com meu Pai, lembrei, e ele estava lá nos vendo chegar.

Ancoramos e logo mergulho para provar do sal daquelas águas extremamente abrigadas que agora ,depois de velejar com o Nimbus 200 milhas, a maior parte em mar aberto, passei a dar mais valor.

A noite, violão e vinho a contrabordo do veleiro Quiabo com nossos amigos e fomos descansar merecidamente, pois nosso objetivo havia sido quase completado, faltava apenas uma curta velejada no dia seguinte para levarmos, e ele nos levar (o Nimbus) de volta a poita de n° 17 da Marina Aratú.

Tiago Menezes

Dia 14 09/01/2011

Café da manhã preparado por Bebel que comanda a cozinha do veleiro Quiabo, o qual dormiu amarrado ao lado do Nimbus.

Uma manhã agradabilíssima passamos. Tripulação dos dois barcos reunida, no total seis pessoas, Eu, Dandan, Betinho, Cristiano Isabele e Mônica.

Almoço servido no Quiabo, este mais parece ser um veleiro restaurante. Feijoada!

E finalmente o último elo que faltava para nos ligar de volta ao ponto de partida se fechou. Uma velejada fantástica no fim da tarde entrando pela noite, e exatamente às 18:46 amarro ao cunho do Nimbus o cabo da sua poita na Marina Aratú, onde catorze dias atrás partimos.

Pode parecer para alguns uma simples viagem, talvez, mas para nós foi uma grande conquista. 218 milhas velejadas, tempo bom, tempo ruim, calmarias e ventos de 30 nós. Durante seis meses planejamos e preparamos o barco com nossas próprias mãos para que conseguíssemos ir e voltar como aconteceu.

Alguns me chamam de doido, outros aventureiros, e outros de corajoso por encarar essa empreitada num barco construído para regata de 24 pés. Corajoso não, tenho medo e o medo junto com o respeito pelo mar que pouco conheço fez com que eu e Dandan planejássemos e executássemos cada detalhe, o que nos exclui da categoria de aventureiros, pois durante todo o tempo nosso passeio foi conduzido com segurança, dando uma margem menor de exposição a surpresas desagradáveis que sempre estamos sujeitos. Doido? Doido talvez, doido pelo mar, pela natureza e por velejar.

Agora preciso ligar para um conhecido e solicitar que dê um polimento caprichado no Nimbus, pois durante as nossas conversas secretas, subindo e descendo ondas, eu prometi dar a ele se nos levasse de volta para casa sem aprontar nenhuma.

“Precisamos não só sonhar para viver, mas também ter tempo para viver os nossos sonhos…”

Vamos velejar continuamente.

Tiago Menezes

27 comentários em “Nosso primeiro cruzeiro

  1. Estou acompanhando tudo….

    Feliz por vcs e triste por não estar navegando tb!!!!

    Curtam muito, explorem terras desconhecidas por vcs e tragam a vontade de querer ir mais além!!!

    BONS VENTOS SEMPRE!

    Isabele.

  2. Parabens Comandante

    Estamos aguardando seu retorno para enfrentarmos regatas 2011.

    A FLOTILHA MARINA ARATU DESEJA-LHES FELIZ ANO NOVO

    Tripulação “DE RONDA”

  3. Tico, estou encantada com seu diário de bardo e com suas fotos: cada uma mais linda que a outra. Um grande beijo pra vcs!!! Ah, e continue nos informando tudo.

  4. Bio,acabei de ler o seu relato do dia 6, como queria estar ai para comer dessa moqueca!!
    Estou acompanhando tudo que vcs escrevem. Aproveitem bastante…
    Bjs..Mamãe

  5. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk…………..

    AMEI O “VELEIRO RESTAURANTE”……

    AHHHH… CONHEÇO ESSA FRASE FINAL DO SEU RELATO! “HELOISA SCHURMANN”

    QRO VELEJAR NO NIMBUS!!!!

    BJSSS.

    • Olá Tangata Manu! Quanta alegria receber um comentário de vocês. Tivemos o prazer de ancorar ao lado do Tangata Manu lá em Loreto na baía de Todos os Santos. Já conhecíamos o site do Tangata, muito bonito. Certamente para irmos a Paraty é só questão te tempo, está em um dos primeiros lugares da nossa lista de visita. Grande abraço e espero que tenham gostado aqui da nossa terra.
      Nimbus

    • Grande Quesada! Obrigado! Foi maravilhosa sim, uma pena que durou pouco, assim como um sonho rápido que acordamos quando temos que levantar pra voar de madrugada! Mas outras estão sendo planejadas. Um abraço, Tiago Menezes

  6. Grande Tiaguinho, tudo bem? Fantástico o seu blog, estou me deliciando com as histórias. Como você, também sou apaixonado pelo mar. Atualmente tenho um Dingue Holos e participo de regatas no YCB. Sou novo no negócio, só tenho 4 anos de vela, sempre em monotipo – laser e dingue, mas penso em comprar um veleiro maior (vou fazer um curso num Skipper 21), pois o dingue não me permite velejadas mais longas (vou à Ilha de Itaparica) hehehe. Velejo com um amigo (Cristian) que tem um Delta 36 no Aratu Iate Clube (Veleiro Vida, que ele chama de Speto, pois ele tinha um Delta 26 com esse nome). Penso num Atol 23, Brasília, Delta 26, Skipper 21, sei lá… vai depender do estado e do preço. Se não der pego um Day Sailer ou um HC16 hehehe. Talvez vc possa me ajudar depois.
    Um forte abraço e bons ventos.
    Ass. Magno (do aeromodelismo hehehe).

  7. Thiago

    O J24 além de ser um grande barco de regata é um maravilhoso barco
    p/ velejar no mar.É muito rápido e estável, inteirinho de fibra MAÇISSA
    com os Stais de 7mm maiores que o Delta 26.Parabens pela viagem.
    A proposito também tenho um J/PROZAK.
    Abraço

    Márcio

    • Obrigado Hélio! A primeira vez é sempre mais marcante. Estamos precisando ir mais longe, mas é precisou tempo. Vamos aproveitar a força da juventude, trabalhar bastante para fazer esse tempo daqui a alguns anos. E vocês, tudo bem? Um abraço. Tiago e Dandan

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